segunda-feira, 24 de setembro de 2007



10o Escovadas Antes de Dormir me surpreendeu pela franqueza com que trata o sexo na adolescência. Como diz Geraldine Chaplin (maravilhosa no filme), a adolescência é pura sexualidade, é uma época em que pensamos em sexo pelo menos oitenta por cento do tempo. O filme encara isso de frente e mostra o mecanismo de auto-afirmação da personagem Melissa, que ao invés de fechar-se para um mundo hostil decide enfrentá-lo, passando por uma sucessão de experiências que vão chegando no limite. Um limite que chega com a maturidade, quando Melissa descobre a si mesma, e pára de procurar fora o que pode ter dentro. Lindo filme.

Morreu hoje José Vicente. Esse discreto monumento do teatro nacional. Suas peças eram viscerais, transgressoras, e no caso de Hoje é Dia de Rock, líricas de doer. Dá pra ver um pouco a liberdade do texto na foto de divulgação da peça acima. Quanta coisa que tinha ali. O assalto é um primor de texto, Santidade é um delírio entre a teologia e o homossexualismo... e Hoje é Dia de Rock, uma volta ao sertão de cada um, e a passagem para a vida adulta, a vida pop, a vida vazia. Lembro que fui ver uma palestra desse maravilhoso dramaturgo onde ele negava tudo que escreveu e falava que teatro era besteira. Que impedia de chegar a Deus. Salve, José Vicente, com suas contradições e seu discreto legado de delicadezas, delírios teológicos e tesão homossexual.

domingo, 16 de setembro de 2007

Renan, o vaidoso.


Como se delicia nosso presidente do senado com os flashes. Com a atenção da imprensa. Renan está atrasando o país, desviando a atenção de assuntos importantes, e está adorando tudo isso.
O nosso caso Clinton vai longe. Que cidadão é esse que, contra tudo e todos, não larga o osso? Pior que os que o julgaram é a atitude dele próprio, de não sair de cena para não atravancar ainda mais o país.
Será que ele comprou a Playboy da ex?
Uma das maravilhas de Santos é o Cinearte. Um cinema em frente à praia que custa 3 reais e só passa "filmes de arte". É surreal sair do cinema e estar na praia, muito mais depois de ver um bom filme como Depois do Casamento. OK, é um melodramão. OK, faz a dinamarca parecer o méxico, ou a tv brasileira. Mas vale ser visto. Primeiro, pela qualidade dos atores, a começar, por essa menina da foto. Uma revelação! O filme é um show de atores, bem na linha do Bergman, misturado com o Dogma. Mas antes não ter medo dos clichês que não se atrever a eles. Chega-se a uma crueza de emoções que nem sempre é agradável, nem estética. Mas a história está ali, muito bem contada, e fica em pé por si mesma. Acho que o filme é sueco. A gente vê o fantasma do Bergman e o peso que ele tem no cinema de lá. Mas a realizadora coloca seu pé firme e segura a onda. Bravo.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Só essa semana que passou vi A Vida Secreta das Palavras. Eu amei o filme. É um encontro simples e dilacerante entre duas pessoas. Filme de ator, meu predileto. A Sarah Polley é tratada de maneira bressoniana no começo, meio sem expressão. O filme conta com o carisma incrível do Tim Robbins e uma química inusitada mas perfeita entre os dois. É maravilhoso como o filme chega no monólogo final da Hannah, a personagem de Sarah. Nada no filme nos prepara para aquilo. Não quero falar muito. Os que não gostam de filme de "chambre", ou seja, um quarto e dois atores, não recomendo... mas ah, pra quem gosta...